terça-feira, 30 de outubro de 2012

OS RISCOS DOS PRATOS EXÓTICOS!

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Que tal uma refeição que tenha como entrada, endívias recheadas com insetos e, como prato principal, carne de rã crocante ao molho de menta, acompanhado de arroz selvagem e ninhos de pássaros caramelados. Pratos razoavelmente exóticos para os padrões alimentares do brasileiro. Exótico?

Mas o que é considerado um alimento exótico? Para o nutricionista Welliton Donizeti Popolim, não há definição exata para a alimentação exótica.

Exóticos podem ser os alimentos totalmente desconhecidos da população ou conhecidos por uma pequena parcela da sociedade, ou ainda, aquele cuja combinação, apresenta sabor, textura ou odor nunca antes experimentados pela população e que não fazem parte do hábito alimentar do brasileiro, explica o especialista.

Também podem ser considerados exóticos os ingredientes que fazem parte da nossa dieta cotidiana, porém, apresentados de forma diferente. “Os exemplos aqui no Brasil são diversos. Sorvete de açaí, suco de sapoti, geléia de araçá, licor de baru, doce de lobeira, bolacha de jaracatiá, pato no tucupi, feijoada, pequi ao molho, pamonha, mané pelado, jurubeba, caruru, sarapatel, acarajé, pé-de-moleque, chibé, maniçoba, piraputanga assada, quirela, arroz-de-carreteiro, pinhão, pururuca, pão de queijo, rapadura, vaca atolada, mocotó com fava, galinhada, paçoca de pilão, furrundu, caribéu, locro e queijo minas frescal”, destaca Popolim.

Hoje em dia, “chefs” de restaurantes sofisticados têm utilizado esses alimentos como um diferencial para chamar e prender a atenção dos clientes. “Estas combinações inusitadas dão origem a pratos requintados e de sabor sui generis”.

Dependendo da região do país, estes alimentos considerados exóticos, fazem parte de todas as refeições, ou seja, do café da manhã até o jantar. As combinações apresentam cardápios bem diferentes dos considerados “tipicamente brasileiro”, como o famoso arroz com feijão, bife acebolado, fritas e salada de alface com tomate.

“No interior do Rio Grande do Norte, por exemplo, o almoço acontece por volta das 7 horas da manhã e é servido cuscuz, batata-doce, carne assada, farofa de feijão e café; No jantar que é por volta das 13h, fazem parte da refeição, o feijão com carne de bode, o jerimum cozido, a carne-de-sol, mel de rapadura com queijo e café; Na ceia que é por volta das 19h, coalhada com rapadura e farinha, queijo de coalho assado, tapioca, batata-doce e café”, conta o especialista.

A única ressalva que o nutricionista faz para esse tipo de alimentação é quanto aos riscos de intoxicação. “Devemos tomar cuidados especiais já que alguns dos ingredientes diferenciados e desconhecidos podem conter substâncias tóxicas ao organismo. Precisam ser preparados com técnicas especiais que neutralizam ou eliminam os efeitos adversos, mantendo a higiene durante a manipulação, por exemplo”.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Alimentos exóticos fazem bem à saúde


RIO - Arroz e feijão. A tradicional combinação de cereais que está presente na mesa do brasileiro é muito apetitosa, mas se for a refeição de todo dia, pode enjoar. Para sair da mesmice e trazer novidade ao paladar, restaurantes apostam em pratos exóticos, mas que podem trazer uma proposta diferente e deliciosa à mesa.

A chef do restaurante japonês Maki Maki, Janea Gomes Paiva, trabalha há três meses à frente da culinária que é símbolo dos modismos no Brasil. Um dos pratos que faz grande sucesso no restaurante é o Tamago, que é uma omelete tradicional, com ingredientes doces e saquê. O estranho é que o prato é um dos sucessos de venda em forma de temaki, ou como são popularmente conhecidos, em forma de 'cone'.

- Quando comecei a trabalhar aqui esse prato já existia, nos ingredientes há sal, maisena e ovos e ele agrada a toda a faixa etária de público. Temos um rodízio à noite onde as pessoas podem escolher que temakis querem, e esse prato, sem dúvida, é um dos favoritos. As pessoas às vezes o substituem por uma refeição dependendo do tamanho. Também fazemos yakisobas e outros pratos, mas o temaki está na moda e as pessoas adoram o Tamago.

O restaurante Tizziano, na Barra da Tijuca, que é famoso pelas pizzas, possui um prato caprichado de risotto quem tem atraído a clientela. O 'Risotto Di Gamberi Al Ananás' é um risotto de camarões gratinado, mas a diferença é que ele é servido dentro de um abacaxi. Com a mistura, o gosto do risotto se confunde com o da fruta e o chef Manuel Messias explica porque esta pode ser uma interessante experiência.

- Eu mesmo que inventei esse prato há oito anos atrás, ele é bem elaborado e foi criado juntando-se ao risotto, a acidez e o doce do abacaxi. O visual é muito importante nesse prato, no dia dos namorados ele é um dos que mais sai e as pessoas o elogiam muito e nunca têm medo de experimentá-lo. Esses pratos exóticos tem muita saída – diz Manuel.

A nutricionista ortomolecular Fernanda Machado está sempre atenta aos modismos culinários e, de maneira geral, alerta sobre os perigos e mitos desses pratos modernos.

- O fast food é um alimento que está sempre na moda e se reinventando, então é necessário prestar atenção quanto ao valor calórico dessas refeições, principalmente em relação às crianças que são sedentárias e tem colesterol elevado. O gengibre é um bom alimento e a raiz forte diminui o risco de contaminação por vermes – disse Fernanda.

A nutricionista disse ainda que a comida japonesa possui um coeficiente protéico significativo, mas que se possível consumir molho shoyu light por causa da diminuição de sal. De uma maneira geral, não há perigo em experimentar o prato exótico, o único perigo é gostar e não voltar mais para o simples arroz com feijão.