quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os riscos dos pratos exóticos!


Que tal uma refeição que tenha como entrada, endívias recheadas com insetos e, como prato principal, carne de rã crocante ao molho de menta, acompanhado de arroz selvagem e ninhos de pássaros caramelados. Pratos razoavelmente exóticos para os padrões alimentares do brasileiro. Exótico? 

Mas o que é considerado um alimento exótico? Para o nutricionista Welliton Donizeti Popolim, não há definição exata para a alimentação exótica. 

Exóticos podem ser os alimentos totalmente desconhecidos da população ou conhecidos por uma pequena parcela da sociedade, ou ainda, aquele cuja combinação, apresenta sabor, textura ou odor nunca antes experimentados pela população e que não fazem parte do hábito alimentar do brasileiro, explica o especialista. 

Também podem ser considerados exóticos os ingredientes que fazem parte da nossa dieta cotidiana, porém, apresentados de forma diferente. “Os exemplos aqui no Brasil são diversos. Sorvete de açaí, suco de sapoti, geléia de araçá, licor de baru, doce de lobeira, bolacha de jaracatiá, pato no tucupi, feijoada, pequi ao molho, pamonha, mané pelado, jurubeba, caruru, sarapatel, acarajé, pé-de-moleque, chibé, maniçoba, piraputanga assada, quirela, arroz-de-carreteiro, pinhão, pururuca, pão de queijo, rapadura, vaca atolada, mocotó com fava, galinhada, paçoca de pilão, furrundu, caribéu, locro e queijo minas frescal”, destaca Popolim. 

Hoje em dia, “chefs” de restaurantes sofisticados têm utilizado esses alimentos como um diferencial para chamar e prender a atenção dos clientes. “Estas combinações inusitadas dão origem a pratos requintados e de sabor sui generis”. 

Dependendo da região do país, estes alimentos considerados exóticos, fazem parte de todas as refeições, ou seja, do café da manhã até o jantar. As combinações apresentam cardápios bem diferentes dos considerados “tipicamente brasileiro”, como o famoso arroz com feijão, bife acebolado, fritas e salada de alface com tomate. 

“No interior do Rio Grande do Norte, por exemplo, o almoço acontece por volta das 7 horas da manhã e é servido cuscuz, batata-doce, carne assada, farofa de feijão e café; No jantar que é por volta das 13h, fazem parte da refeição, o feijão com carne de bode, o jerimum cozido, a carne-de-sol, mel de rapadura com queijo e café; Na ceia que é por volta das 19h, coalhada com rapadura e farinha, queijo de coalho assado, tapioca, batata-doce e café”, conta o especialista. 

A única ressalva que o nutricionista faz para esse tipo de alimentação é quanto aos riscos de intoxicação. “Devemos tomar cuidados especiais já que alguns dos ingredientes diferenciados e desconhecidos podem conter substâncias tóxicas ao organismo. Precisam ser preparados com técnicas especiais que neutralizam ou eliminam os efeitos adversos, mantendo a higiene durante a manipulação, por exemplo”. 

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